
SOBRE
MÚSICA:
"Assim como tu, oh, leitor;
tenho o fascínio de ouvir o pouco
ouvido para sentir o que
não se sente sempre;
gosto de seguir o restrito,
para consequentemente,
inovar meu conceito de belo,
não seguir o rotulado, os parâmetros, a rotina, o corriqueiro, o dito e repetido, o comum, o cuspido (óbvio e indiferente) por todos;
não ouço música,
eu sinto
não procuro música,
eu caço, vasculho, necessito;
não crio música,
transfiro-me para o papel.
Eu sou uma música.
Sou essa música que ama, chora, ri;
sou essa sinfonia indefinida, incompleta, louca e confusa;
cheia de stereo e arranjos impossíveis;
ora demasiadamente dantesca, ora cansada e reclusa.
a música imprevisível que ama ter a oportunidade de ser música;
a música que componho de improviso a cada momento;
a música de pele e roupas;
a música que usa sentimentos como orquestra e o mundo de instrumento.
Meu maestro é o amor,
Ele adora tocar notas melancólicas e solitárias.
Adoro senti-las escrevendo a vida.
Sinto esse vendaval que é a vida em cada batida do meu coração;
Coração este, que serve de compasso para este grande espetáculo que é ter vida.
E com ter vida, não digo ser vivo; mas viver.
Sou meu solo perpétuo.
Não quero apenas ouvir o que sou,
Também quero me compor;
Também quero te compor!
Quer compor a mim também?
Quero tocar todas as notas que tenho vontade
para não morrer com arrependimentos.
(Quem se importa de eu errar?! Continuo sendo música!)
Quero a cada instante uma nota dessa música de beijos, amassos, amor e vida que faz jus á epifania sonora que é.
Agora, saiam daqui e vão tocar em outro lugar!
Deem licença!
Tenho de acrescentar algo para essa prosopopeia sonora que sou."